Linha de pesquisa 1: Epistemologia, Lógica e Metafísica


 

Astrobiologia teórica, futuros, grande história e a filosofia da tecnologia (iniciado em 26/12/2022)

O Grupo de Pesquisa "Astrobiologia Teórica, Grande História, Futuros e a Filosofia da Tecnologia" é um grupo de natureza interdisciplinar formado para estudar as relações entre quatro áreas novas embora fundamentais da pesquisa contemporânea. A ideia do grupo é explorar a parte conceitual e filosófica de cada uma de suas áreas constitutivas e explicitar as suas múltiplas conexões. Conceitos de interesse são: Paradoxo de Fermi e suas hipóteses explicativas, escala de Kardashev, escala de Barrow, Grande Filtro, Terraformação, escalas temporais, esfera de Dyson, sondas de Von Neumann, cones de plausibilidade (para o passado e para o futuro), desenvolvimento tecnológico, copernicanismo, engenharia exploratória, futuros possíveis da humanidade etc. 

Equipe: Alexandre Fernandes Batista Costa-Leite (coordenador), Edgar Luis Bezerra de Almeida (pesquisador colaborador associado), Daniel Barreiros (pesquisador colaborador), Bruno Leonardo do Nascimento Dias (pesquisador colaborador), Rodrigo de Souza Dantas Mendonça Pinto (pesquisador colaborador), Gabriel Filipe Santana Lima (pesquisador colaborador), Paulo Maurício Goulart Valente (graduando), Gledisthos Lincom Duarte dos Santos (estudante), Daniel Barbosa da Silva (estudante).

 

Lógicas Não Clássicas, Metafísica e Filosofia da Lógica: Metodologias, Relações, Conceitos e Aplicações (iniciado em 02/01/2023)

Este projeto é um ponto de convergência de alguns encaminhamentos desenvolvidos anteriormente. O objetivo central consiste em estudar e desenvolver lógicas não clássicas em geral com a finalidade de encontrar novos métodos, técnicas e, sobretudo, aplicações em questões de filosofia teórica. Exemplos não exaustivos de resultados já obtidos: a proposta de uma metafísica universal por via da teoria das galáxias e a paraconsistentização de lógicas.

Equipe: Alexandre Fernandes Batista  Costa-Leite (coordenador), Edelcio Gonçalves de Souza (pesquisador colaborador), Antônio Dantas de Souza Junior (doutorando), e Lucas Magno dos Santos Jorge (mestrando).

 

Dogma contra Dogma (iniciado em 01/01/2024)

Neste projeto, investigamos como as propostas do Círculo de Viena podem ser reformuladas em resposta às críticas ao conceito de analiticidade e aos projetos formalistas. O ponto de partida é a concepção de que a reação à metafísica deve ser reformulada como uma rejeição ao dogmatismo. Em resposta às dificuldades do projeto positivista, observamos uma rejeição das fronteiras conceituais claras em favor de gradações conceituais. Com base nessa premissa, o objetivo do projeto é recuperar as fronteiras conceituais por meio de uma análise aprofundada do papel dos conceitos filosóficos em uma teoria filosófica.

Equipe: Alfredo Roque de Oliveira Freire Filho (docente coordenador) e Rodrigo Cleto Jorge (mestrando). 

 

Lógicas Modais de Aproximação Clássica (iniciado em 23/11/2023)

Este projeto se dedica ao desenvolvimento de lógicas modais que incorporam múltiplas lógicas em sua semântica. De fato, existem diversas maneiras de estruturar tais lógicas, tornando bastante delicada a tarefa de relativizar os valores de verdade em lógicas alternativas. Por exemplo, como um mundo clássico avaliaria a possibilidade de uma afirmação qualquer quando um mundo paraconsistente acessível a considera simultaneamente válida e inválida? Encontrar estruturas que possam naturalmente acomodar transições entre diferentes lógicas é um objetivo central deste projeto. Isso nos permitirá ampliar o escopo do estudo das frames modais para além da análise de fórmulas que definem relações de acessibilidade. Assim, devemos explorar caracterizações de frames incrementalmente/decrementalmente clássicas.

Equipe: Alfredo Roque de Oliveira Freire Filho (docente coordenador) e Rodrigo Cleto Jorge (mestrando).

 

Ontologia da teoria de conjuntos a partir de interpretações (iniciado em 01/01/2023)

Através de métodos de interpretação, este projeto visa estabelecer os fundamentos para os modelos das teorias de conjuntos. Devido às limitações intrínsecas da lógica de primeira ordem, não é possível criar modelos para teorias de conjunto descritas de forma recursiva. Como resultado, as estruturas de conjuntos, que servem como base ontológica para a matemática em geral, são apenas parcialmente determinadas pelas teorias. Portanto, é crucial explorar propriedades que possam ser formalizadas e, ao mesmo tempo, contribuir para a reintrodução de um aspecto categorial nas teorias de conjuntos. O conceito central que buscamos abordar é a noção de igualdade a-menos-de expressividade. Nossa pesquisa se dedica à defesa e ao estudo de como a propriedade de "tightness" instancia essa característica fundamental de unicidade expressiva para as teorias de primeira ordem.

Equipe: Alfredo Roque de Oliveira Freire Filho (docente coordenador).

 

Estratégias de Plenitude nas Filosofias Platônicas (iniciado em 01/01/2023)

Este projeto tem como objetivo explorar os esclarecimentos metafísicos e epistemológicos que podem ser obtidos por meio da aceitação do princípio da plenitude. O princípio da plenitude postula que todos os objetos abstratos possíveis de fato existem. Embora tenha sido considerado em várias ocasiões ao longo da história da filosofia, como por Giordano Bruno, Pascal, Leibniz, entre outros, esse princípio perdeu popularidade na contemporaneidade devido à sua metafísica extravagante e à impossibilidade de ser incluído como axioma em um sistema formal (devido ao paradoxo de Russell). No entanto, recentemente, a plenitude tem sido usada, por exemplo, por Balaguer, como um recurso fundamental para contornar os problemas epistemológicos tradicionais da filosofia platônica, como o problema do acesso às formas. Este projeto tem como objetivo explorar os limites da estratégia de plenitude e, ao mesmo tempo, sustentar que a maneira como a plenitude tem sido aplicada reduz o platonismo a uma forma de formalismo.

Equipe: Alfredo Roque de Oliveira Freire Filho (docente coordenador).

 

Causação Mental (iniciado em 01/01/2024)

A causação mental é uma relação causal envolvendo pelo menos um evento (ou ato, estado) mental. O caso mais interessante para os filósofos é quando a direção da causação vai da mente para o mundo, quando nossos pensamentos (intenções, desejos) fazem acontecer algo. O problema foi colocado de forma aguda por Descartes. Leibniz percebeu a dificuldade: a introdução de uma causa mental num sistema físico contradiz as leis de conservação do momentum linear. Todas as soluções ao problema corpo-mente no século 20 tiveram que apresentar uma estratégia para evitar o epifenomenalismo e suas consequências inaceitáveis. O movimento naturalista teve por efeito desqualificar, em muitos casos, os estados mentais qua estados mentais como causas de nossas ações intencionais. Isso culmina com o eliminismo dos Churchlands e o fisicismo reducionista de Jaegwon Kim, com o problema da exclusão causal. Nosso projeto tem três eixos principais. O primeiro é a adoção e desenvolvimento da concepção metafísica da constituição (the constitution view) para contornar o problema da exclusão causal. O segundo tenta revalorizar as explicações psicológicas numa perspectiva resolutamente naturalista, com a ideia de explicação completa da ação, usando a distinção de Dretske entre causas estruturantes e causas deflagrantes. O terceiro procura destacar a importância da noção de plano na teoria da ação (pois a imensa maioria de nossas ações são partes de planos), e encarar a noção de causação apropriada para as ações intencionais.

Equipe: André Leclerc (docente coordenador), Francisco Helio Cavalcante Felix (doutorando), João Victor de Farias e Nascimento (mestrando), e Pedro Ivo Sales Cavalcante (mestrando).

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

 

Discurso Ficcional e Artefatos Abstratos (iniciado em 01/03/2020)

A semântica filosófica desde Frege considera, não sem boas razões, em primeiro lugar o discurso sério e literal. Literal, porque faz pouco sentido tratar de sentidos não literais (assunto tradicional da retórica, hoje da pragmática) sem primeiro considerar o uso literal das palavras; e “sério” (quer dizer, oposto ao discurso ficcional), porque os compromissos e pressuposições da fala normal são o que importa para um entendimento filosófico do uso corriqueiro da palavra. O discurso ficcional é visto como “parasitário” em relação ao discurso sério e literal. Mas o discurso ficcional ocupa um lugar de primeiro plano em qualquer cultura. As grandes narrativas, como a Ilíada, a Odisseia, a Eneida, As Mil e Uma Noites, as Sagas nórdicas, as mitologias indianas, africanas, e ameríndias, para mencionar somente alguns casos, tiveram (e ainda têm) uma influência enorme na educação e nas diversas sociedades ao redor do globo. Para ler um texto ficcional, não precisamos aprender uma nova língua; a língua é a mesma, mas algo fundamental muda que passa facilmente desapercebido. O primeiro objetivo da pesquisa é marcar com precisão essa mudança no uso da linguagem. O grande desafio é explicar a compreensão linguística de textos ficcionais em termos de condições de verdade (ou, em geral, condições de satisfação), como fazemos para o discurso sério e literal. A compreensão linguística não parece diferente quando lemos um jornal e quando lemos uma obra de ficção, mas os compromissos do autor e de seus leitores não são os mesmos. Um objetivo mais específico é fazer isso preservando a poderosa noção de condições de verdade da semântica verocondicional (a tradição mais importante da semântica filosófica) e a concepção de Frege-Strawson sobre as pressuposições existenciais, mantendo a ontologia a mais simples possíveis. No discurso sério e literal, ficamos preocupados o tempo todo com as condições de satisfação dos atos ilocucionários, se elas são satisfeitas ou não, se nossas asserções (ou as dos outros) são verdadeiras, se as ordens são obedecidas, se as promessas são cumpridas, e se as pressuposições existenciais são satisfeitas ou não etc. Nossa hipótese é que isso muda no discurso ficcional: escritores e leitores (para limitar-nos à literatura) mudam o comportamento e deixam de se preocupar com as condições de satisfação dos atos de fala e comas pressuposições existenciais. Afinal das contas, nada pessoal está em jogo quando lemos um texto de ficção. O segundo objetivo é caracterizar adequadamente o conhecimento que temos dos personagens fictícios. Sabemos, por exemplo, que Sherlock Holmes foi criado por Conan Doyle em março de 1886. Minha hipótese é a seguinte: devemos aceitar e defender a ideia de duas perspectivas para caracterizar corretamente esse conhecimento. Na perspectiva interna, nos aceitamos o jogo do “faz de conta” (game of make belief); o autor finge que está referindo a um detetive chamado “Sherlock Holmes” e agimos como seus cúmplices nesse jogo. Conan Doyle não fracassa em tentar referir a um detetive com poderes de observação e de dedução fora do comum; a verdade é que ele nem tenta referir. Portanto, os nomes próprios fictícios não são ambíguos ou vazios; quando referem? Na perspectiva externa, eles referem só a personagens fictícios, que são artefatos abstratos ou objetos culturais. É na perspectiva externa que temos conhecimento de verdade. A frase: “Sherlock Holmes foi criado em março de 1886” é literalmente verdadeira. Portanto a pressuposição existencial é satisfeita e aqui estamos claramente referindo ao personagem fictício, um objeto cultural, um ser contingente que tem uma identidade, uma essência individual, que aparece e reaparece em várias aventuras etc. Sherlock Holmes, Hamlet, James Bond e companhia são artefatos abstratos com uma existência contingente.

Equipe: André Leclerc (docente coordenador) e Francisco Helio Cavalcante Felix (doutorando).

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - (Auxílio à pesquisa) – Início em 01/03/2020.

 

Significado e Disposições (iniciado em 01/05/2017)

O Projeto anterior discutiu a compreensão linguística ocorrente e espontânea. Este projeto pretende focar a compreensão disposicional, isto é, a noção de competência semântica, concebida de maneira realista como conjunto de disposições, e não de maneira idealizada à la Chomsky. Para tanto, precisamos aprofundar a noção de disposição. A noção de disposição foi tratada com desconfiança pela tradição empirista, tão influente na filosofia da ciência da século XX, e na filosofia analítica, de modo geral, até os anos noventa. Muitos filósofos, nessa tradição, eliminam as disposições através de uma ?análise condicional?. Essa situação perdurou até recentemente, quando a metafísica analítica começou a ganhar credibilidade, e quando se fez sentir a influência dos filósofos australianos nas duas últimas décadas. As disposições ou poderes sempre foram invocadas para explicar a posse de conhecimento, incluindo, é claro, o conhecimento do significado, ou seja, a competência semântica. Os australianos adotam e defendem uma visão realista das propriedades disposicionais que nos parecem mais interessante para nosso principal objetivo: desenvolver uma noção de competência semântica que leva em conta: 1) a plasticidade do sentido; 2) a normatividade do sentido; 3) as discrepâncias na competência entre falantes/ouvintes de uma mesma língua; 4) o poder explicativo da competência aplicado ao uso efetivo da linguagem (performance) e da compreensão lingüística espontânea.

Equipe: André Leclerc (docente coordenador), Agnaldo Cuoco Portual (docente), Claudia Castro de Andrade (), e Luis Henrique de Araujo Dutra (pesquisador colaborador).

 

Indexicalidade e deícticos absolutos (iniciado em 01/11/2017)

O projeto investiga temas relacionados ao livro Indexicalism – Realism and the Metaphysics of Paradox. Ou seja, a situacionalidade metafísica, os deícticos, a ideia de granularidade associada a medição, o escopo do indeixicalismo, a metafísica dos outros, perspectivismos e temas relacionados ao caráter situado do pasado.

Equipe: Hilan Nissior Bensusan (docente coordenador), Damares Bastos Pinheiro (doutoranda) e Jadson Alves de Freitas (pesquisador colaborador).

 

A ontologia e a política das diferentes formas de animismo (iniciado em 01/01/2015)

O projeto visa investigar a estrutura ontológica e política das concepções animistas das relações entre humanos e não-humanos. Baseado no diagnóstico de Bruno Latour sobre a ideia de Natureza entre os modernos, a investigação considera o trabalho de antropólogos da natureza como Philippe Descola, Marshall Sahlins e Eduardo Viveiros de Castro para pensar articulações animistas. Para isso ele engaja pesquisa sobre a agência não-humana (Karen Barad e as novas materialistas como Elizabeth Grosz e Jane Bennett), articulações com a filosofia do processo (Alfred Whitehead, Gabriel Tarde, Gilbert Simondon, Etienne Souriau), com a ideia de uma cosmopolítica (Isabelle Stengers) e com trabalhos filosóficos recentes sobre o animal e o não-humano em geral (Gilles Deleuze, Giorgio Agamben, Jacques Derrida).

Equipe: Hilan Nissior Bensusan (docente coordenador) e Philippe Claude Thierry Lacour (docente).

 

Teoria das galáxias: lógica universal e mundos possíveis (iniciado em 01/01/2011)

O projeto explora interfaces entre mundos possíveis e lógica universal. A ideia é que diferentes lógicas estão associadas a diferentes conjuntos de mundos possíveis e que uma lógica pode ser entendida como um conjunto de mundos.

Equipe: Hilan Nissior Bensusan (docente coordenador) e Alexandre  Fernandes Batista Costa-Leite (docente).

 

Ontologia da contingência e filosofia especulativa (iniciado em 01/01/2011)

O projeto procura investigar em que medida e como a filosofia especulativa recente (Quentin Meillassoux, Graham Harman, Bruno Latour, Ray Brassier, Tom Sparrow, Jane Bennett, Ian Hamilton Grant etc) apresentam uma metafísica da contingência.

Equipe: Hilan Nissior Bensusan (docente coordenador).

 

A Inteligência Artificial e suas Críticas (iniciado em 03/02/2022)

Determinar as características principais da IA ; listar as varias criticas que se possam fazer a ela ; entender os assuntos normativos implicados (éticos, jurídicos, políticos) ; desenvolver uma critica diferente, baseada sobre a valorização da noção de razão/conhecimento clinico (cf. projeto de pesquisa anterior): tipo de conjectura que não funciona pelo calculo probabilístico (como a IA) ; estudo de caso: as tecnologias da tradução (projeto TraduXio: https://traduxio.org)

Equipe: Marcos Aurelio Fernandes (docente coordenador), Erick Calheiros de Lima (docente),  Hilan Nissior Bensusan (docente), Maria Cecília Pedreira de Almeida (docente), Philippe Claude Thierry Lacour (docente), Cristian Arão Silva de Jesus (pós-doc), João Vitor Schmidt (pós-doc).

Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) – (Auxílio à Pesquisa) – Início em 03/02/2022.

 

Inteligência Artificial: desafios e limites (iniciado em 10/08/2023)

O presente projeto de pesquisa está circunstanciado no debate contemporâneo acerca dos desafios da inteligência artificial. Esse tipo de “pensamento” toma uma importância crescente, não apenas nas tecnologias da linguagem (onde nasceu), mas também em vários outros domínios: na medicina, no direito (Garapon e Lassègue 2018), no tratamento das imagens, nos módulos conversacionais (com o famoso ChatGPT), na arte, etc. Provoca por vezes uma fascinação para as suas realizações extraordinárias, e até uma forma de techno-utopia (curar melhor, julgar mais precisamente, antecipar mais, etc.). Simetricamente, implica muitos medos irracionais: controle sistemático da vida privada pela utilização dos dados pessoais, ilusão sem limite (abolição da fronteira do falso e do verdadeiro), perda do contato e do diálogo humano, sentimento de perda das capacidades (do trabalho) e de inferioridade diante das máquinas, etc. O tema da presente investigação está em sintonia com as preocupações internacionais sobre tal tecnologia, e com os interesses e investimentos (públicos  e privados ) do Distrito Federal nesse setor de atividade, em particular no Parque tecnológico de Brasilia (BIOTIC). Tem-se como objeto de estudo a compreensão das características fundamentais da Inteligência Artificial, no seu desenvolvimento atual (aprendizagem profunda, deep learning), e numa perspectiva histórica, pós-segunda guerra mundial com os primeiros programas de tradução automática, pensados sobre o modelo da criptografia (codificação/decodificação). Tem-se como objetivo geral: identificar as várias críticas filosóficas que possam ser feitas a essa tecnologia, tanto na sua base conceitual e teórica quanto nas suas várias utilizações práticas (omissões, transgressões, abusos, ilusões, esperança exageradas, etc.). Neste sentido, interessa-se pelas relações entre as promessas de modelagem da compreensão humana, do ponto de vista teórico, e de emancipação democrática, na perspectiva prática. Postulamos, assim, cinco objetivos específicos: 1) identificar as principais características da IA: a noção lógica de cálculo, noção matemática de probabilidades, a noção racional de indução ; 2) explicar as limitações internas de cada uma dessas noções, e também da combinação delas ; 3) listar as principais críticas teóricas feitas à inteligência artificial: como modo de presunção que perde a fineza de avaliação ; risco de ilusões sistemáticas e indetectáveis, falsificação, etc.; 4) listar as principais críticas práticas “externas” a IA: consumo energético excessivo, destruição do trabalho, viés diversos (de gênero, de raça, etc.) ; e, por fim, 5) propor recomendações sobre as utilizações privadas e públicas dessas tecnologias, para uma integração razoável (sem fetichismo nem ansiedade) na sociedade contemporânea. Para isso, propomos como estratégia metodológica a articulação entre métodos e técnicas de pesquisa interpretativos e qualitativos, entrevistas com especialistas e discussões críticas da literatura sobre o assunto.

Equipe: Philippe Claude Thierry Lacour (docente coordenador), Maria Cecília Pedreira de Almeida (docente), André Leclerc (docente), Marcos Aurelio Fernandes (docente), Rodrigo de Alvarenga Freire (docente), Christian Arão (pós-doc).

Financiamento: Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) - Edital 009/2023 de Demanda Espontânea. 

 

Filosofia Contemporânea de Língua Francesa (iniciado em 10/08/2023)

Trata-se de proposta a ser desenvolvida no âmbito do Núcleo de Filosofia de Expressão Francesa, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade de Brasília. Pretende-se, portanto, estudar a criação filosófica contemporânea de expressão francesa, seja francesa ou francófona. Objetiva, igualmente, criar laços com outros centros que tem o mesmo objetivo, em particular na América latina.

Equipe: Philippe Claude Thierry Lacour (docente coordenador), Maria Cecília Pedreira de Almeida (docente),  Felipe Matos Lima Melo (doutorando), Jade Oliveira Chaia (doutoranda), Jefferson Martins Cassiano (pesquisador colaborador), Lorrayne Bezerra Vasconcelos Colares (doutoranda), Michelly Alves Teixeira (doutoranda).

Financiamento: United Nation Educational, Scientific and Cultural - Auxílio financeiro, Ministere de la Culture et de la Comunication - Auxílio financeiro, Agence Universitaire de la Francophonie - Auxílio financeiro.

 

TraduXio (iniciado em 10/05/2015)

TraduXio (versão 2.1) é uma plataforma de tradução colaborativa para os texto culturais. Essa ferramenta é grátis, open source, baseada no web, e suscetível de interessar quem quiser traduzir textos filosóficos (ou cencias humanas/letras) em varias línguas. TraduXio utiliza uma tecnologia inovadora que é especialmente adaptada aos desafios dos textos cuja semântica é complicada. Efetivamente, a originalidade dessa ferramenta é tripla: (i) considera que se traduz não de uma língua A para uma língua B, mas sim de um texto singular para vários outros (em varias línguas); (ii) a concordância digital permite procurar sugestões relevantes de tradução, dentro de um corpus que se constitui pouco a pouco; (iii) oferece a possibilidade de trabalhar juntos com outros tradutores, de maneira assíncrona (com módulos de chat, fórum, historia das modificações, etiquetagem, glossários, gestão do acesso...). 

Equipe: Philippe Claude Thierry Lacour (docente coordenador), Lorrayne Bezerra Vasconcelos Colares (doutoranda), Marcus Vinicius Aguiar Torres (mestrando).

Financiamento: United Nation Educational, Scientific and Cultural - Auxílio financeiro, Ministere de la Culture et de la Comunication - Auxílio financeiro, Agence Universitaire de la Francophonie - Auxílio financeiro.

 

Fundamentos da Lógica e Teoria de Conjuntos (iniciado em 03/02/2019)

Propor uma nova definição de sistema lógico e investigar suas potencialidades para o problema de caracterização da lógica de primeira ordem. Formular uma filosofia expressionista para os sistemas formais, em especial para a teoria de conjuntos.

Equipe: Rodrigo de Alvarenga Freire (docente coordenador), Daniel Arvage Nagase (pesquisador colaborador).

Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) – (Apoio a Jovem Pesquisador - 2013/06033-8) – Início em 03/02/2019.

 

Fundamentos de Teorias de Conjuntos e Classes (iniciado em 10/02/2015)

Este projeto é dedicado à análise, comparada e não-comparada, de teorias de conjuntos e classes segundo noções fundamentais para a filosofia da matemática. Estamos especialmente interessados em investigar as noções de verdade, interpretação, importe existencial, consistência relativa e conservatividade nas teorias de Zermelo-Fraenkel, von Neumann-Bernays-Goedel e em sistemas relacionados.

Equipe: Rodrigo de Alvarenga Freire (docente coordenador), Daniel Arvage Nagase (pesquisador colaborador).

Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) – (Apoio a Jovem Pesquisador - 2013/06033-8) – Início em 03/02/2019.

 

Causalidade e Teorias Científicas (iniciado em 02/01/2018)

Esse projeto se subdivide em dois tópicos. No primeiro, o problema da causalidade é examinado no contexto das teorias físicas. Nesse caso, o papel das simetrias das equações que definem a teoria e a noção de estado de um sistema são decisivos na caracterização de causalidade física. Essa caracterização, por um lado, aponta para uma generalização dessa importante noção nas ciências e, por outro lado, permite a aplicação em teorias físicas com a Mecânica Clássica e Quântica e a Teoria da Relatividade. A partir dessa contextualização, a causalidade pode ser redefinida, pois o problema da irreversibilidade é rediscutido e o que poderíamos chamar de o “problema de Hume” adquire uma nova abordagem. A segunda parte do projeto examina a causalidade na Biologia. Nesse caso, a matematização crescente no domínio da Biologia e a noção de causalidade mecânica têm se mostrado bastante importantes. Inicialmente, a causalidade é estudada no contexto da teoria da Evolução, mas pretende-se, futuramente, expandir o estudo para a Teoria Sintética da Evolução.

Equipe: Samuel José Simon Rodrigues (docente coordenador), Ademir Eugênio de Santana (pesquisador colaborador), Douglas Nascimento Santana (doutorando), Rosana Tidon (pesquisador colaborador), Olavo Leopoldino da Silva Filho (pesquisador colaborador).

 

Elementos Constitutivos de Teorias Científicas e Modelos Científicos (Iniciado em 02/01/2018)

Nesse projeto, examinamos o lugar dos modelos - especialmente dos modelos matemáticos -, dos termos teóricos e dos elementos constitutivos nas elaboração e definição de teoria científica, particularmente de teoria física, e situar, a partir daí, o lugar da causalidade. Nesse sentido, a Mecânica Quântica, a Teoria da Relatividade, a Termodinâmica, bem como a Física Clássica em geral, são examinadas, também em termos de Teoria de Campos, são detidamente estudadas, no contexto da Filosofia da Ciência. O lugar dos modelos matemáticos, dos termos teóricos e dos construtos básicos é analisado para, a partir daí, definir-se uma teoria física, além de conceitos físicos, como a espaço, tempo, massa, carga, etc., além de conceitos que possuem interface importante com a filosofia, como o de causalidade, medida e ontologia.

Equipe: Samuel José Simon Rodrigues (docente coordenador), Ademir Eugênio de Santana (pesquisador colaborador), Olavo Leopoldino da Silva Filho (pesquisador colaborador).

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – (Auxílio à Pesquisa: 01/01/2012 a 31/12/2014).

 

Teoria Científica, Realismo Científico e Método Científico (Iniciado em 02/01/1996)

Esse projeto busca examinar a conceituação de teoria científica, examinando o papel dos termos teóricos, o lugar dos modelos, no debate realismo e antirrealismo científicos e no contexto do Método Científico, especialmente na Física. Esse projeto teve sua origem com o estudo do problema do Realismo Científico, especialmente com os primeiros artigos publicados após a tese (ver a seguir), mas foi se ampliando naturalmente, tendo em vista a necessidade caracterizar uma teoria científica. Dessa maneira, estudamos autores modernos, como Descartes, Galileu e Newton, bem como teoria físicas e biológicas contemporâneas, buscando os elementos que possam tornar mais precisa a noção de teoria científica. Ou seja, a abordagem histórica permite essa caracterização mais precisa de teoria científica, pois o problema da mudança teórica, além das diferenças que ocorrem quando examinamos domínios diferentes, permitem destacar os elementos gerais presentes em todos esses momentos. Essa abordagem permite, assim, estudar também o problema do realismo científico, pois é possível observar que as teorias científicas que se sucedem aprimoram as teorias anteriores, seja no escopo da precisão, seja no escopo da previsão. Além disso, essa sucessão de teorias permite também perceber claramente que os domínios de aplicação vão sendo cada vez melhor delimitados, ao mesmo tempo que permitem definir novos fenômenos antes não observados, tendo em vista novas relações e novas propriedades que se manifestam nessas novas investigações. Ou seja, a ontologia dos termos teóricos, a objetividade e o problema do realismo estrutural, tendo em vista a impressionante adequação da Matemática à Física - se situam nesse debate de maneira fundamental.

Equipe: Samuel José Simon Rodrigues (docente coordenador), Ademir Eugênio de Santana (pesquisador colaborador), Olavo Leopoldino da Silva Filho (pesquisador colaborador), Evaldo Pereira de Rezende (doutorando), Evandro da Rocha Gomes (doutorando), Raquel Valério Martins (pesquisadora colaboradora), e Arnaldo de Souza Vasconcelos Júnior (doutorando).

 

 

 

 


Linha de Pesquisa 2: Ética, Filosofia Política e Filosofia da Religião


 

Epistemologia da Religião (iniciado em 17/02/2017) 

Projeto constituído de duas partes principais: 1) análise crítica comparativa das principais propostas de fundamentação da crença em Deus na filosofia analítica da religião contemporânea, e 2) levantamento e análise crítica de elementos conceituais e históricos da relação entre ciência e religião no debate contemporâneo. A primeira parte se dedica ao estudo das abordagens de justificação epistemológica da crença em Deus propostas por R. Swinburne (reconstrução da teologia natural em termos de teoria probabilística da confirmação), W. Alston (teoria da percepção mística em termos pragmatistas e realistas), A. Plantinga (naturalismo metodológico e externalismo epistemológico, com pressupostos ontológicos cristãos calvinistas) e D. Z. Philips (contextualismo particularista inspirado no segundo Wittgenstein). O projeto pretende explorar as semelhanças, diferenças e incompatibilidades dessas abordagens. A segunda parte pretende discutir três facetas do debate contemporâneo acerca da relação entre ciência e religião. A primeira visa discutir quatro modelos de abordagem da relação entre religião e ciência (conflito, independência, diálogo e integração), a partir de alguns importantes trabalhos sobre o assunto na filosofia contemporânea. A segunda pretende explorar uma possível aproximação entre ciência e religião a partir do debate em torno do problema da indução e da proposta bayesiana de resposta a este. A terceira tem como objetivo discutir o problema da justificação do naturalismo ontológico (que pretende apresentar uma “visão científica do mundo” sem lugar para uma ontologia sobrenaturalista) a partir do argumento de Alvin Plantinga em Warrant and Proper Function (1993). 

Equipe: Agnaldo Cuoco Portugal (docente coordenador), Bruno Lomas de Souza (doutorando), Marcio Gimenes de Paula (docente), Veronica de Sousa Maciel (mestranda), e Victor Hugo de Oliveira Marques (doutorando).

Financiamento: Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (Edital FAP-DF de Apoio à Pesquisa - Demanda Espontânea) – Início em 17/02/2017.

 

Filosofia da Religião e Filosofia Política (iniciado em 30/03/2016)

Este projeto de pesquisa se propõe realizar uma análise crítica da religião com base no debate entre o pensamento moderno, em especial, as reflexões de Feuerbach e de Marx, e o pensamento pós-moderno, com atenção particular nas reflexões de Gianni Vattimo, observando o fenômeno do retorno do religioso como estado atual do debate. O foco do projeto investigar as possibilidades do discurso religioso na pós-modernidade e o enfrentamento da perspectiva da supressão do mesmo na época moderna. As atividades de pesquisa serão articuladas no Grupo de Estudos sobre Filosofia da Religião [GEPHIR], com a finalidade de gerar o estímulo à pesquisa em estudantes de graduação, desenvolvendo, nos mesmos, interesse à pós-graduação e sobre a situação do retorno do religioso na época pós-moderna. 

Equipe: Agnaldo Cuoco Portugal (docente coordenador), Camila de Faria Costa de Azevedo (mestranda), Marcio Gimenes de Paula (docente), e Maria Cecília Pedreira de Almeida (docente).

 

Probabilidade e Raciocínio Científico (iniciado em 01/08/2004)

Estudo do emprego do raciocínio probabilístico, principalmente o de matriz bayesiana, na interpretação do processo inferencial indutivo na argumentação científica. Bastante obscurecido pela influência de Karl Popper na filosofia da ciência nos anos de 1960 a 1990, a abordagem probabilística bayesiana vê na inferência indutiva um elemento central do raciocínio indutivo e o teorema de Bayes um instrumento lógico privilegiado para exprimir os principais aspectos da indução de um ponto de vista formal. A partir da publicação de "Scientific reasoning - the bayesian approach" por ex-alunos de Popper que se tornaram fortes críticos do mestre, em fins dos anos 1980, a proposta bayesiana tem sido objeto de um número crescente de artigos e livros por parte dos filósofos da ciência e epistemólogos. O presente projeto pretende investigar os diferentes aspectos da proposta bayesiana em filosofia da ciência, levando em conta seus principais proponentes, intérpretes e críticos, buscando preencher uma lacuna na discussão da área no Brasil. 

Equipe: Agnaldo Cuoco Portugal (docente coordenador), Bruno Lomas de Souza (doutorando), e Samuel José Simon Rodrigues (docente).

 

Teoria da Ação e Filosofia Social Contemporânea: uma visão da relação entre Filosofia Prática e Teoria Crítica a partir de Hegel (iniciado em 01/03/2022)

Trata-se aqui de um projeto de pesquisa que pretende dar continuidade à investigação que venho desenvolvendo no quadro de bolsas de produtividade do CNPq (PQ-2) – primeiro, entre 2016 e 2019 (Processo 308192/2015-0), e depois entre 2019 e 2022 (Processo 310052/2018-1), bem como no âmbito de uma pesquisa de pós-doutoramento no exterior, desenvolvida entre 2016 e 2017 com o financiamento da CAPES, junto ao Prof. Robert Pippin, na Universidade de Chicago (EUA) (Processo 99999.000638/2015-03). Em sua articulação mais geral, pode-se dizer que o presente projeto de pesquisa procura refletir, a partir da obra de Hegel, sobre possíveis mediações entre preocupações desdobradas tradicionalmente por correntes “analíticas” na filosofia contemporânea, e propostas teóricas mais vinculadas ao legado de estratégias e problemas marcantes para a “filosofia continental” – e, de maneira específica, na tradição da filosofia social. Assim, de maneira mais específica, trata-se de investigar a hipótese geral segundo a qual a obra de Hegel, sobretudo em sua recente retomada por intérpretes influenciados pela semântica contemporânea, inspira a encaminhamentos providenciais para o tratamento de problemas epistemológicos e linguísticos através da teoria da ação; e que, justamente a partir de propostas nesse contexto, pode contribuir, como desejamos mostrar, na reformulação de estratégias para o diagnóstico de época e para a discussão da base normativa da crítica social, tais como esses esforços vêm sendo perseguidos sobretudo pela tradição dialética no marxismo ocidental e na teoria crítica. Esses seriam os primeiros estágios numa investigação cujo objetivo é, em última instância, testar a hipótese de que o pensamento social de Hegel seja plausível para uma reorientação da teoria social, inclusive possivelmente também em termos de uma divisão de trabalho com a investigação da sociedade contemporânea pelas ciências sociais. Assim, poder-se-ia encaminhar o terceiro estágio do projeto de pesquisa investigando-se, do ponto de vista das discussões empreendidas na epistemologia das ciências humanas, em que medida as perspectivas lançadas por Hegel encontram ressonância em autores como Habermas, Honneth, Jaeggi, ou mesmo, de um ponto de vista mais abrangente, no amplo espectro de reflexões que, desde Weber até Boltanski, vem contribuindo para uma “guinada pragmática” na sociologia. A última etapa do projeto de pesquisa consistiria em investigar em que medida os objetivos alcançados nas etapas anteriores nos permitiriam reconstruir o diagnóstico hegeliano da sociedade moderna como “eticidade perdida nos seus extremos”. Isso significaria perseguir uma reavaliação desse diagnóstico até o ponto em que seja possível, a partir da interpretação mais ampla que estamos tencionando articular de temas da filosofia hegeliana, retomar as reflexões, empreendidas na tradição da dialética materialista e da teoria crítica da sociedade, em torno de temas como a alienação, a reificação, o estranhamento, o sofrimento social e os potenciais emancipatórios do presente.

Equipe: Erick Calheiros de Lima (coordenador).

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - Auxílio à Pesquisa. 

 

Espectros, memória e violência (iniciado em 03/01/2022)

Sobre a espectrologia e suas relações com as estratégias de memória das violências. Conecta-se com movimentos literários como o realismo mágico, o realismo sujo, um certo realismo espectral e também com os estudos do luto e da herança. Também está associado à filosofia da memòria Uma vez que o realismo espectal que proponho se associa a ideia mesma de adição assimétrica, a pesquisa em lógicas antimonotônicas está associada a este eixo.

Equipe: Hilan Nissior Bensusan (docente coordenador), Damares Bastos Pinheiro (doutoranda), Elzahra Mohamed Radwan Omar Osman (pesquisadora colaboradora), Joaquim Barbosa dos Santos Junior (mestrando) e Pedro Farias Mentor (mestrando).

 

A cosmopolítica do capital (iniciado em 01/10/2019)

O projeto investiga a) a natureza da cosmopolítica em relação à ecologia das práticas, a antropologia da natureza, a história do seer, a espectrologia, a economia geral e a estereoscopia e b)as dimensões cosmopolíticas do capital em relação a variáveis macropolíticas, a dimensão anastrófica/catastrófica de seus desenvolvimentos, a relação com a questão cosmopolítica da artificialização do mundo e com outras itens de importância cosmopolítica como a ecologia política, a natureza da racionalidade e os projetos naturalistas. 

Equipe: Hilan Nissior Bensusan (docente coordenador), Alice de Barros Gabriel (pesquisadora colaboradora), Damares Bastos Pinheiro (doutoranda), David Campos Castro (mestrando) e Gabriel Araujo Pacheco (mestrando).

 

O conceito de paganismo na filosofia de Kierkegaard (iniciado em 01/02/2019)

O objetivo geral do projeto é investigar, do ponto de vista filosófico, a origem do termo paganismo (paganus em latim) especialmente a partir da sua comparação com o cristianismo e como tal conceito ainda será importante no pensamento e na crítica de Kierkegaard no século XIX (hedenskab em dinamarquês). Já os objetivos específicos consistem na investigação das seguintes questões: 1) a origem filosófica do termo paganismo no contexto de afirmação do cristianismo e sua apropriação por Kierkegaard; 2) a apropriação desse termo na filosofia kierkegaardiana ora como aparentemente positivo (num elogio a Sócrates) e ora como um termo negativo, isto é, quando visto em comparação ao cristianismo e especialmente quando o paganismo acaba por moldar a posição da própria cristandade, o que merecerá inúmeras críticas de Kierkegaard que julgava que tal posição não fazia justiça ao melhor do paganismo e nem ao melhor do cristianismo, constituindo-se numa mescla ruim das duas posições; 3) investigá-lo notadamente a partir do confronto das obras de três pseudônimos de Kierkegaard, a saber, Vigilius Haufniensis, Climacus e Anti-Climacus. O primeiro autor assina O Conceito de angústia (1844); o segundo assina as obras É preciso duvidar de tudo (1842), Migalhas filosóficas (1844) e Pós-Escrito às migalhas filosóficas (1846). Já o terceiro autor, assina as obras Doença mortal (1849) e A Escola do cristianismo (1850). Julgamos haver uma dialética muito instigante entre esses todos esses pseudônimos kierkegaardianos que, na verdade, se complementam no grau em que o primeiro pseudônimo retoma o tema do pecado e da vontade livre, evocando por sua vez a tese agostiniana do Livre-Arbítrio e um debate central do cristianismo, o segundo parece ser um autor que deseja testar o cristianismo ao modo grego e, portanto, pagão; já o terceiro caracteriza-se por ser um autor cristão no seu grau mais efetivo e elevado (e, portanto, oposto ao paganismo). Desse modo, nossa hipótese é que o conceito de paganismo kierkegaardiano é, em boa medida, herdado da concepção cristã do autor dinamarquês e sua filosofia é, em certo sentido, a reintrodução da crítica ao paganismo agora em contexto moderno. A modernidade filosófica “de Descartes a Hegel” adota, segundo Kierkegaard, critérios pagãos, os mesmos que já estavam presentes na filosofia antiga e, desse modo, promovem uma junção inapropriada entre a razão grega e o cristianismo. Tais critérios acabam por moldar a teologia e a própria religião o que, aos olhos do pensador, parece inaceitável. Salientamos ainda que, a despeito do recorte escolhido para o projeto, toda a obra kierkegaardiana será, de algum modo, examinada na medida em que será necessário situar a sua totalidade a fim de atingir os objetivos propostos.  

Equipe: Marcio Gimenes de Paula (docente coordenador), Diule Fideles Souza da Silva (mestranda), Djalma Augusto Ferreira Neto (mestrando), e Leonardo Alcantara Dias Bernardino de Farias (mestrando).

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – (Auxílio à Pesquisa) – Início em 01/02/2019.

 

Deus e Religião : Um Diálogo entre Diferentes Abordagens (iniciado em 01/02/2019)

Equipe: Marcio Gimenes de Paula (docente coordenador), Diule Fideles Souza da Silva (mestranda), Djalma Augusto Ferreira Neto (mestrando), e Leonardo Alcantara Dias Bernardino de Farias (mestrando).

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – (Auxílio à Pesquisa) – Início em 01/02/2019.

 

Fenomenologia em diálogo (iniciado em 01/01/2017)

Este projeto se propõe a ser a promoção da aprendizagem reflexiva de um método investigativo filosófico. Por conseguinte, ele é, essencialmente, metodo-lógico. Método, aqui, porém, não tem o sentido estrito de um procedimento de pesquisa, mas sim o sentido amplo de um modo de encaminhamento da investigação filosófica em diálogo com as formas de encaminhamento das investigações e pesquisas científicas. Este método é, essencialmente, reflexivo, ontológico e hermenêutico. No entanto, caso se entenda a metodologia em sentido estrito de forma técnica de procedimento das pesquisas, então delineiam-se várias possibilidades, de acordo com as interações ?interdisciplinares? que vierem a se realizar. O método fenomenológico, assim concebido em diálogo com as várias disciplinas filosóficas, sistemáticas ou históricas, teóricas ou práticas, e com as várias ciências positivas, está aberto a acolher pesquisas que se realizem quer por meio de procedimentos de pesquisa bibliográfica, quer por meio de outros procedimentos de pesquisas que promovam diferentes acessos aos fenômenos, segundo seu estatuto epistemológico, quer seja através da observação, quer seja através da análise hermenêutica, quer seja através da análise lógica

Equipe: Marcos Aurelio Fernandes (docente coordenador), Erick Calheiros de Lima (docente), Jeferson Benício de Freitas (pesquisador), Mario Correia da Silva (doutorando).

 

Tolerância e Amizade: Fundamentos Políticos e Filosóficos no Pensamento de Hannah Arendt (iniciado em 01/04/2013)

A intenção da pesquisa é realizar uma abordagem histórico-filosófica da noção de tolerância, com o objetivo de investigar e compreender a recusa por parte de Hannah Arendt deste conceito. Nesse sentido, será importante a leitura de textos como a "Carta sobre a tolerância de John Locke", o "Comentário filosófico" de Pierre Bayle e ainda de parte da "Profissão de fé do vigário saboiano", de Rousseau, autor com o qual Arendt trava um debate constante. O exame ainda que breve desses autores mostra-se necessário, pois suas doutrinas contribuíram de forma decisiva para a construção das bases teóricas do conceito da tolerância e dos direitos humanos. No entanto, há a preocupação ainda de traçar as relações e dissonâncias entre o conceito de tolerância e o de amizade, noção igualmente relevante para o pensamento político clássico e contemporâneo, e que aparece de modo evidente na filosofia de Arendt. Esta é uma das razões da escolha da autora: parece possível afirmar que por intermédio das reflexões de Hannah Arendt há uma releitura e ao mesmo tempo uma atualização dos conceitos de tolerância e amizade, sobretudo em textos que tocam nos temas da coexistência e da diversidade. Para tanto, é imprescindível a leitura de "Homens em tempos sombrios: reflexões sobre Lessing", bem como parte de "Eichmann em Jerusalém", a fim de recuperar traços comuns da discussão com os modernos, mas sobretudo para permitir, sob uma nova perspectiva, o debate e a compreensão deste tema central nas sociedades contemporâneas.

Equipe: Maria Cecília Pedreira de Almeida (docente coordenador), Indi Nara Correa Fernandes Colem (doutoranda), Débora de Araujo Medeiros (doutoranda).

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – (Auxílio à Pesquisa) – Início em 01/04/2017.

 

Tolerância e Direitos Humanos (iniciado em 02/02/2015)

O tema da tolerância tem grande repercussão na vida prática de todos os dias, ao expor claramente o embate entre os indivíduos no espaço público. Classicamente, a definição de tolerância indica a aceitação de expressão de opiniões, crenças e ações diferentes e nem sempre bem vistas que provêm da consciência individual. As sociedades modernas, democráticas e pluralistas, estão já há algum tempo engajadas num processo de multiplicação de direitos no qual a tolerância é tida como virtude desejável. No entanto, não se segue as sociedades contemporâneas sejam de fato tolerantes. Neste contexto, propõe-se uma abordagem histórico-filosófica da noção de tolerância, com o intuito de reconstruir a gênese deste conceito a partir de textos clássicos. É importante a compreensão de textos como a Carta sobre a tolerância de John Locke, o Comentário filosófico de Pierre Bayle e ainda de parte da Profissão de fé do vigário saboiano, de Rousseau. Ao final deste exercício, o propósito é analisar os desdobramentos da noção de tolerância na contemporaneidade e no discurso jurídico, utilizando como referencial teórico as obras de Hannah Arendt e Jacques Derrida a fim de recuperar traços comuns da discussão com os modernos, mas sobretudo para permitir, sob uma nova perspectiva, o debate e a compreensão deste tema central nas sociedades contemporâneas.

Equipe: Maria Cecília Pedreira de Almeida (docente coordenador), Indi Nara Correa Fernandes Colem (doutoranda), Gilberto Tedeia (docente).

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – (Auxílio à Pesquisa) – Início em 30/03/2015.

 

 

 


Linha de Pesquisa 3: História da Filosofia


 

Antropologia e Moralidade: Fundamentos da Teoria Kantiana do Caráter Moral (iniciado em 05/12/2014) 

O projeto de pesquisa visa investigar: a) a natureza do caráter moral enquanto disposição 'psicológica' no pensamento de Immanuel Kant, bem como as consequências e desdobramentos para o seu pensamento moral; b) como o filósofo associava o caráter moral ao temperamento e ao sentimento de prazer e desprazer, no sujeito agente (ser humano); c) as implicações dessas noções para a responsabilidade do sujeito pelas suas ações ou, mais precisamente, para o problema da imputabilidade moral, tal como discutido por Kant; e finalmente, d) o esclarecimento dos aspectos essencialmente antropológicos e morais relevantes à questão do convívio harmônico dos indivíduos em sociedade. Com o resultado dessa pesquisa, também será possível avaliar a relevância da noção de caráter moral para a resolução de problemas metaéticos relativos à fundamentação dos juízos morais.

Equipe: Alexandre Hahn (docente coordenador), Gabriel  Martins Ferreira (doutorando), Weslei da Silva (mestrando), e Leonardo Henrique Miranda Abecassis (mestrando).

Financiamento: Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF) - (Bolsa: 20/08/2019 a 19/02/2020).

 

Antropologia como Ciência Empírica do Homem: Contribuições kantianas à concepção moderna de uma antropologia filosófica e científica no contexto do iluminismo alemão (iniciado em 05/12/2014) 

O presente projeto de pesquisa tem como ponto de partida a intenção de identificar as contribuições da filosofia kantiana à concepção moderna de uma antropologia científica e filosófica, ou seja, de uma disciplina acerca do homem. Embora haja registros de teorias acerca do homem que remontam à Antiguidade Clássica e que, em certa medida, permaneceram válidas durante todo o período medieval, é no Renascimento que os problemas que envolvem o homem começam a ser expressos ou subsumidos sob o termo antropologia. Todavia, há claros indícios de que apenas no século XVIII a antropologia adquire o sentido de disciplina, quer dizer, assume um programa de pesquisa (conforme a terminologia de I. Lakatos) ou um paradigma (como concebe T. Kuhn). Em vista disso, o discurso antropológico (desse período) parece resultar da convergência de diversos modelos distintos de investigação do homem, a saber: o “modelo médico” de uma psicologia fisiológica, o “modelo biológico” da alma animal, o “modelo pragmático ou conjectural” de uma teoria histórico-cultural, o “modelo psicológico-literário” dos romances e o “modelo filosófico” de uma psicologia racional. Neste contexto, Kant parece desempenhar um papel significativo, na medida em que avalia os limites dos modelos então vigentes, estabelece critérios de cientificidade para a investigação do homem, e sistematiza essa investigação em duas disciplinas antropológicas distintas: a fisiológica (que ele inclui na disciplina de geografia física) e a pragmática cujos contornos podem, em certa medida, ser observados ainda hoje nas antropologias física e cultural. A investigação aqui proposta pretende explicitar alguns elos entre a teoria antropológica kantiana e a de outros teóricos modernos, especialmente no horizonte temático do iluminismo alemão. Ao adotar esta perspectiva investigativa, espera-se não somente sublinhar a relevância das reflexões kantianas na discussão antropológica moderna (isto é, a sua recepção e influência), mas também resgatá-las de maneira fidedigna. O projeto está dividido em três partes, cada uma das quais constitui um horizonte temático próprio, ainda que em profunda conexão com as restantes.

Equipe: Alexandre Hahn (docente coordenador), Isabella Oliveira Holanda (pesquisadora colaboradora), João Renato Amorim Feitosa (pesquisador colaborador) e Sergio Gomes e Silva (doutorando).

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - (Auxílio à pesquisa: 05/12/2014 a 04/12/2016).

 

Interpretando os Clássicos: contribuição à consolidação de bibliografia para formação de pesquisadores de graduação e pós-graduação em filosofia alemã (iniciado em 05/12/2021)

Trata-se de uma proposta a ser desenvolvida no quadro do Núcleo de Estudos do Pensamento Alemão (CNPq), vinculado ao PPGFIL/UnB. Sua motivação se conecta com a longa experiência dos membros da equipe, professores efetivos da UnB e UFABC, na formação de pesquisadores em temas no pensamento alemão e, mais especificamente, com a percepção da necessidade de incrementar material bibliográfico de apoio extremamente qualificado em português capaz não apenas de viabilizar o acompanhamento exegético do ensino e pesquisa centrados em clássicos da filosofia alemã, mas também de familiarizar os estudantes com a metodologia mais apropriada à pesquisa acadêmica em filosofia. A proposta contém também o projeto de preparação, pelos membros da equipe, de volumes contendo trabalho próprio e inédito, a ser integrado nesta coleção “Interpretando os Clássicos”, o primeiro sobre a noção de experiência no pensamento alemão, e o segundo sobre perspectivas para utilização dos textos clássicos alemães na formação de pesquisadores na graduação e pós-graduação. Portanto, trata-se de uma proposta cuja execução tem implicações tanto na dimensão do ensino de filosofia quanto também no desenvolvimento da pesquisa. Finalmente, o projeto abre também interessante dimensão para difusão do conhecimento científico. Embora a bibliografia sobre temas de filosofia alemã venha se consolidando ultimamente, graças ao exímio trabalho de especialistas brasileiros(as), pode-se perceber também ainda certa carência de obras de literatura secundária que permitam o acompanhamento especializado e exegético de determinada obra, em diálogo com os principais intérpretes no cenário internacional. Pretende-se contribuir, através da tradução de coletâneas de artigo, com a consolidação deste tipo de bibliografia no Brasil, ao mesmo tempo em que se estimula a produção, pela equipe, de volumes temáticos com textos inéditos. Os volumes se concentram em obras clássicas específicas e procuram acompanhar, com recursos exegéticos e cooperativamente, as mais decisivas inflexões de cada obra. É verdade que se deva encorajar pesquisadores ao aprendizado do vernáculo, mas muitas vezes simplesmente não se pode pressupor o domínio instrumental para a leitura de artigos especializados, sobretudo nos últimos anos da graduação e mesmo durante o mestrado. A proposta pode assim contribuir à consolidação de bibliografia acessível e especializada sobre clássicos influentes, com repercussões no ensino e na pesquisa em filosofia.

Equipe: Erick Calheiros de Lima (coordenador), Alexandre Hahn (docente), André Luis Muniz Garcia (docente), Fabio Mascarenhas Nolasco (docente), Fernando Ribeiro de Moraes Barros (docente), Herivelto Pereira de Souza (docente), Marcos Aurélio Fernandes (docente), Priscila Rossinetti Rufinoni (docente), Luiz Fernando Barrere Martin (pesquisador colaborador), Jade Oliveira Chaia (doutoranda) e Maria Clara Rodrigues Rocha (mestranda).

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - EDITAL UNIVERSAL - Projeto 406052/2021-2.

 

Ética na Antiguidade e na Idade Média: Agostinho e a Questão da Vontade (iniciado em 01/01/2005)

Trata-se de examinar a concepção agostianiana da vontade em relação aos seus principais precedentes da Antiguidade Grega, notadamente Aristóteles e os estóicos. Essa análise comparativa permite entender melhor a originalidade da Filosofia voluntarista de Agostinho.

Equipe: Guy Hamelin (docente coordenador), Marcos Aurélio Fernandes (docente).

Financiamento: Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica (CNPq) - Auxílio à Pesquisa.

 

Filosofia Antiga e Medieval (iniciado em 01/01/2005)

O principal objetivo é estudar e analisar as mais diversas facetas do pensamento de filósofos dos períodos antigo e medieval, a fim de incentivar e permitir a produção de trabalhos, que seja sob forma de artigos, livros, dissertações ou teses. Em princípio, não há discriminação dos assuntos a serem tratados, ainda que enfatizemos aspectos lógicos, éticos, metafísicos, psicológicos e epistemológicos desse período. O nosso objetivo mais específico é facilitar a formação de alunos, sobretudo os de Pós-Graduação, ao familiarizá-los com a pesquisa e com as apresentações orais e escritas. Os diversos encontros semestrais (5 em média) dão oportunidade de apresentar os resultados parciais ou mais definitivos das pesquisas e dos trabalhos em andamento de cada um dos membros do Grupo de pesquisa. Além disso, eles permitem enfrentar uma platéia habilitada anterior às apresentações obrigatórias e oficiais, que representam a qualificação e a defesa de monografias, de dissertações ou de teses, assim como as participações em Eventos, Congressos, Workshops, etc. Aulas de Mestrado, ministradas pelo Coordenador do Grupo em questão ou Professores convidados, sobre temas antigos ou medievais, constituem parte integrante das atividades do Grupo de pesquisa. Trata-se de uma oportunidade adicional para os membros desse Grupo, que são fortemente convidados a participar. Além disso, as atividades do Grupo visam a facilitar o trabalho dos professores e orientadores, ao seguir de perto o avanço e progresso dos alunos e dos orientandos. Elas também permitem aos professores do quadro ou outros convidados participar dos temas do seu interesse, assistindo ou até apresentando parte de suas próprias pesquisas relativas a temas de filosofia antiga ou medieval. Por fim, os membros do Grupo estão convidados a participar às aulas de latim e de grego, administradas pelo Coordenador com o objetivo de oferecer aos alunos a possibilidade de se familiarizar com as línguas necessárias à sua formação nessa área do saber. HISTÓRICO DAS ATIVIDADES DO GRUPO DE PESQUISA O atual Grupo de pesquisa em filosofia antiga e medieval foi criado ao início do semestre 1/2005 por necessidade intelectual e pedagógica. Além do coordenador do Grupo, encontram-se orientandos de Mestrado, do Curso de especialização e de Graduação, assim como outros alunos simpatizantes com a filosofia desses períodos. Uma lista dos participantes por semestre encontra-se mais adiante. Em média, são realizados cinco encontros por semestre e esse número pode ser acrescentado segundo as necessidades dos participantes ou os convites de professores externos. A lista detalhada das nossas atividades também se encontra embaixo. No futuro, pretende-se constituir um Laboratório de estudo da filosofia antiga e medieval a partir do atual Grupo de pesquisa. Por fim, esse Grupo é certificado pela instituição – UnB e CNPq – e tem, portanto, uma representatividade oficial.

Equipe: Guy Hamelin (docente coordenador), Marcos Aurélio Fernandes (docente).

Financiamento: Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica (CNPq) - Auxílio à Pesquisa.

 

Filosofia na Patrística e na Idade Média (iniciado em 02/01/2018)

Trata-se de estudar diferentes aspectos da filosofia de alguns autores da Patrística e da Idade Média, notadamente Agostinho, Boécio, Pedro Abelardo, Tomás de Aquino e Guilherme de Ockham. Esses importantes pensadores do período em estudo desenvolveram teorias notáveis e, sobretudo, originais, que tiveram repercussões importantes na continuação da história da filosofia. Os principais assuntos retidos neste projeto são ligados à especificidade da lógica medieval, notadamente ao problema dos universais, à teoria do conhecimento, às questões da vontade e da ética em geral e, finalmente, aos temas da natureza da alma e da transcendência. Todos esses tópicos têm em comum uma mesma problemática metafísica, que necessita examinar aspectos ontológicos das diversas naturezas, às quais se referem as principais noções a ser estudadas. De maneira mais específica, a questão dos universais diz respeito a todas as áreas da filosofia, já que cada uma delas trata de conceitos que são universais, mas que, também, se referem a objetos concretos ou inteligíveis particulares determinados. É importante saber qual é a natureza exata dessas ?coisas?, às quais aludem as noções mentais. Em um dos casos que nos interesse, é preciso saber qual é a natureza ontológica das ideais verdadeiras, imutáveis, necessárias e universais, às quais se refere Agostinho na sua teoria do conhecimento. A resposta a essa questão nos permite entender melhor a famosa teoria da iluminação proposta pelo Bispo de Hipona, que influenciou muitos filósofos medievais. Ligada a esse mesmo tema dos universais, encontra-se a questão da vontade. Nesse caso, trata-se de identificar a natureza exata da vontade e, sobretudo, tentar distingui-la do desejo e dos apetites em geral. Participamos, como indivíduo, de uma vontade universal, à maneira da concepção platônica, ou desenvolvemos uma vontade particular, com a ajuda da razão individual, conseguindo assim alcançar a felicidade? Nossos desejos e apetites mais primários podem ser particularizados ou ficam no nível das nossas sensações próprias do gênero animal, sendo assim universais? Essas interrogações têm implicações importantes, notadamente em relação à questão da liberdade individual e do livre arbítrio em oposição ao determinismo. De fato, se estamos determinados pelas sensações e apetites próprios à espécie humana e ao gênero animal, não podemos escolher e decidir nossas ações, nem ser responsabilizado por elas. Em suma, todos os autores em estudo neste projeto desenvolveram temas mais ou menos similares sobre tal e tal aspecto da filosofia, mas também deram informações essenciais sobre a natureza das diversas realidades, às quais fazem alusão nos seus tratamentos dessas questões. Em outras palavras, trata-se de examinar esses fundamentos metafísicos para conseguir entender e interpretar as principais teses filosóficas desenvolvidas por esses autores em estudo.

Equipe: Guy Hamelin (docente coordenador), Neimar de Almeida (doutorando).

 

Lógica na Antiguidade e na Idade Média. A Dialética Estóica (iniciado em 01/01/2008)

Trata-se de seguir a evolução do pensamento lógico a partir das duas principais fontes da Antiguidade grega, ou seja, a lógica clássica aristotélica e a dialética proposicional estóica, até o século XII. Examinamos, também , a influência do neo-platonismo nessa área do saber, como a de Porfírio, principalmente em relação à famosa questão dos universais. Os principais autores medievais estudados são Boécio e Abelardo, os dois mais importantes lógicos desse período.

Equipe: Guy Hamelin (docente coordenador).

 

Geschlecht: identidade, tradução e diferença em Heidegger e Derrida (iniciado em 01/01/2024)

Trata-se de um esforço de tradução dos quatro textos "Geschlecht" (1-4) que Derrida escreveu na primeira metade dos 1980s, antes de publicar seu "De l'esprit". Nos "Geschlecht" e no De l'esprit ele ajusta várias contas com sua herança heideggeriana.

Equipe: Hilan Nissior Bensusan (docente coordenador), Joaquim Barbosa dos Santos Junior (mestrando), Julia Correa (graduanda), Isabela Baldini (graduanda), Pedro Pinho (graduanda), Nivalda Assunção (graduanda), David Martins (graduando) e Alexandre Guimarães (graduando).

 

A "luta filosófica" no Século das Luzes: impasses entre fé, razão e liberdade (iniciado em 01/03/2017)

De um modo geral, o projeto visa estudar os problemas que emergem da ?luta filosófica? entre fé e razão na era clássica em suas dimensões políticas, antropológicas, psicológicas e morais. Este trabalho será perseguido ao longo de dois eixos principais: o primeiro se desenvolverá no contexto francês (Bayle-Voltaire-Rousseau), e o segundo será expandido para a Inglaterra (Hobbes-Hume). Pretende-se considerar sua relação com as questões modernas ligadas ao ceticismo e com os desenvolvimentos do pensamento libertino. Neste contexto, também será analisado o papel que o ensaio como estilo de escrita e pensamento pode ter desempenhado na constituição da ciência humana moderna, examinando especialmente os escritos de Montaigne, Bayle e Hume.

Equipe: Maria Cecília Pedreira de Almeida (docente coordenador), Agnaldo Cuoco Portugal (docente), Alex Sandro Calheiros de Moura (docente), e Gilberto Tedeia (docente).

 

A noção de relação na semiótica de João Poinsot e John Deely (Iniciado em 01/03/2024)

Pesquisa ligada à elaboração da tese doutoral do orientando no programa do PPGFIL da UnB, Rodolfo Cabral dos Anjos. O trabalho filosófico/teológico e as obras do último grande representante da Segunda Escolástica (ao lado do jesuíta Francisco Suárez), o dominicano João Poinsot (1589-1664; nome religioso: João de São Tomás), têm recebido pouca atenção em comparação com seu quase exato contemporâneo, René Descartes. Especialmente uma parte substantiva da sua lógica material representa o primeiro estudo circunstanciado sobre a noção do signum na história de filosofia. O filósofo norte-americano, John Deely (1943-2017) foi o primeiro a traduzir e comentar este Tratado dos Signos (1985, 2017), apresentando-o como contribuição capital à nascente pesquisa semiótica do século XX, ligando a família de noções cruciais (a tipologia do signo, entes racionais, semiose, caráter triádico da semiose, etc.) à semiótica de Charles Sanders Peirce e de Thomas Sebeok. Deely também traçou as linhas históricas no desenvolvimento da noção do signo de Aristóteles, através de Tomás de Aquino, Duns Escoto, os Coninbricenses, até Poinsot. Ora, nenhum conceito parece mais central na semiótica desta linhagem e na interpretação proposta por Deely do que relatio. Designado o minimum ens por Tomás de Aquino, esta pesquisa pretende desvendar um papel mais profundo e abrangente da noção no resgate do legado escolástico, defendendo realismo metafísico e epistemológico de uma forma inédita, evidenciando (na expressão de Josef Ratzinger) a co-primordialidade da relação ao lado da noção de substância, em uma metafísica realista, mas em condições de atender às exigências feitas pela filosofia moderna.

Equipe: Scott Randall Paine (docente coordenador) e Rodolfo Cabral dos Anjos (doutorando).